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terça-feira, 24 de março de 2015

MEDALHA SANGUE DO BRASIL

MEDALHA SANGUE DO BRASIL

Instituída pelo Decreto Lei nº 7.709, de 5 de julho de 1945.

Com a única finalidade de agraciar os oficiais, praças, assemelhados e civis, destacados para o Teatro de Operações, e que aí hajam sido feridos em consequência de ação objetiva do inimigo.

Características: Em bronze.

Anverso. Sobre as Armas da República, três estrelas em esmalte na cor vermelho que representam os três ferimentos recebidos pelo General Sampaio, no dia 24 de maio de 1866, na Batalha de Tuiuti na Guerra do Paraguai. O conjunto é orlado por dois ramos de Pau-Brasil, que lembram a Pátria e as origens de seu nome.

Reverso. Esfera da bandeira Nacional envolvida pelos dois ramos de Pau-Brasil.

Fita. Em seda chamalotada, na cor vermelha com um friso central dividido em três partes iguais: amarelo, verde, amarelo. A fixação na medalha se dá por uma argola em formato triangular.
Medalha Sangue do Brasil com a Miniatura
Reverso das medalhas
















Trata-se da medalha mais robusta do conjunto de medalhas da Força Expedicionária Brasileira. Cremos que isso se deva ao valor que ela representa, na medida em que o seu agraciado teve que suportar algum ferimento, consequência de ação objetiva do inimigo.

caixa de um exemplar da medalha

Até pouco tempo atrás não se tinha notícias de réplicas ou reposições dessa medalha. Entretanto, recentemente chegou ao nosso conhecimento, uma imagem de um segundo tipo, de características bem assemelhadas à primeira medalha, mas de acabamento pobre e tosco. De qualquer maneira, o segundo tipo difere daquele tido por original, que segue regiamente a descrição do decreto, especialmente quanto ao tipo da fita, de acabamento sempre esmerado. Interessante que apesar de ser instituída na cor vermelha, a fita é sempre encontrada é na cor vermelho alaranjado.  Mais um dos mistérios da medalhística tupiniquim. Acerca desta medalha circulava um boato bastante arraigado de que só se confeccionaram 500 exemplares, em contrariedade ao
numero superior a 2.000 soldados elegíveis, sendo: 1.577 feridos em ação de combate e 443 mortos em combate (cf. p.40 do Livro do Mal JB Mascarenhas de Moraes, A FEB Pelo Seu Comandante, 1ª edição, 1947).

Ainda merece seja comentado que o Decreto nº 7.709/45, foi bastante claro ao aduzir que a medalha seria concedida para os feridos de guerra, que hajam recebido o ferimento em consequência de ação objetiva do inimigo. Cremos assim, por fim a discussão quanto a concessão destas a militares ou civis que sofram injurias em missões atuais. Ou seja, essa medalha só poderia ser novamente concedida se houvesse a necessária declaração de beligerância.

domingo, 22 de março de 2015

MEDALHA DE CAMPANHA DA FEB


 
MEDALHA DE CAMPANHA DA FEB
Instituída pelo Decreto Lei nº 6.795, de 17 de agosto de 1944, regulamentado pelo Decreto nº 16.821, de 13 de Outubro de 1944.
Conferida aos militares da ativa e da reserva do Exército e assemelhados, que participaram de operações de guerra, sem nota desabonadora.
Características.
Anverso. Cruz de malta de bronze, tendo no centro a legenda FEB, contornada por uma coroa de louros, símbolo da glória militar. Sobre os quatro ramos da cruz, no braço superior a legenda BRASIL, no braço da direita a inscrição “16”, no braço esquerdo a inscrição VII e no braço inferior a inscrição “1944”, que se refere a data de 16-VII-1944, data do desembarque na Europa, da FEB - Força Expedicionária Brasileira.
Reverso. Em campo, dentro do disco central, a inscrição “FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA”, tendo no exergo uma estrela disposta na orla a legenda MEDALHA DE CAMPANHA, a exemplo do anverso, tudo em alto relevo, em dimensões proporcionais em três linhas.
A fita é de seda chamalotada, nas cores verde e vermelho, verticalmente dispostas em três partes iguais, sendo a do centro vermelha. Passador de bronze vazio, com a palavra FEB. Para uso no lado esquerdo do peito.

Do lado direito, o anverso de um exemplar original da medalha de campanha na Itália, com a sua respectiva miniatura. No lado esquerdo, o reverso da mesma medalha.
 
Há reposições atuais, entretanto o metal, o tecido, o acabamento e a aparência de nova as denunciam, não se igualam às cunhadas originariamente. Ponto característico daquelas medalhas tidas por originais de época, além do escuro do bronze e das barretas com a inscrição “FEB”, são os braços da cruz finalizando em ângulos retos, enquanto que nas reposições, o acabamento é arredondado. Quanto à fita, podemos mencionar que a atual apresenta as cores pálidas e os bordos reforçados, características que não encontradas nas fitas consideradas de época.

Também conhecida como Medalha de Campanha na Itália, quando o Brasil enviou 25.334 homens ao teatro de guerra na Europa, para lutarem a Segunda Guerra Mundial.
Dado importante a ser mencionado aqui, é que esta medalha de campanha também foi concedida a militares dos exércitos das nações amigas e aliadas, que tenham tomado parte da campanha, incorporados às nossas forças.
Merece seja citada a passagem dos três soldados brasileiros que foram agraciados com esta medalha de campanha, que não quiseram se render aos alemães no ataque a Montese, em cujas covas rasas, nas cruzes ali estacadas, mais tarde encontradas pelo exercito brasileiro, lia-se a inscrição: Drei Brazilianische Helden (Três Heróis Brasileiros). Sendo eles os soldados GERALDO BAETA DA CRUZ, ARLINDO LÚCIO DA SILVA E GERALDO RODRIGUES DE SOUZA, do 11º RIE - Regimento de Infantaria Expedicionário, que receberam postumamente as medalhas a Cruz de Combate de 2ª Classe, a Medalha de Campanha e a Medalha Sangue do Brasil. Na exposição de motivos dos Diplomas lê-se: “Por uma ação de feito excepcional na Campanha da Itália.”  
  

sábado, 21 de março de 2015

MEDALHA DE GUERRA

MEDALHA DE GUERRA
 
Instituída pelo Decreto nº 6.795, de 17 de agosto  de 1944, regulamentado pelo Decreto nº 16.821, de 13 de outubro de 1944.
 
Finalidade: Premiar os oficiais da ativa, da reserva e reformados, e civis que tenham prestado serviços relevantes de qualquer natureza, referentes ao esforço de guerra, preparo de tropa, ou desempenhado missões especiais confiadas pelo Governo, dentro ou fora do País. Também foi outorgada a militares dos Exércitos das Nações Amigas ou Aliadas que colaboraram no esforço de guerra nacional.
 
Características. As medalhas de serviço de guerra originais de época são sempre em bronze, com a fita costurada, existindo um alfinete de boa qualidade na junção da costura.
Anverso. é uma cruz do templo com um dístico central onde está estampado o Cruzeiro do Sul (das Armas Nacionais). A cruz se acha sobreposta numa coroa de louro e de carvalho (símbolo do valor militar e do valor cívico).
Reverso. Em alto-relevo, está gravada a data de 22-VIII-1942, que é a data da Declaração de Guerra do Brasil;
Fita. De seda chamalotada, de cor amarela, com bordadura de cor verde nas orlas.
 Considerações. Há algumas considerações importantes a serem mencionadas a respeito da Medalha de Guerra. Especialmente quanto a datação de sua fabricação. Como esta medalha ainda é fabricada e os exemplares antigos estão se tornando escassos de serem encontrados, o assunto merece alguma atenção daqueles que se interessam pelo tema. É aceita, a existência de três variações para essa mesma condecoração. O tipo três, ou a variação mais recente dessa medalha, pode ser facilmente distinguido dos demais porque tem uma cor menos viva, mais apagada, tanto no esmalte como na fita.
 
De imediato o tipo três transmite a impressão de ter acabado de sair da fábrica. Entretanto, deve ser considerado que há medalhas bem conservadas, mormente serem de época, ainda assim transmite essa mesma impressão, de nova. Todavia ao contrário do “tipo 3”, as cores do conjunto são vivas. Um traço distintivo da medalha de reposição é quanto ao aspecto da alça que prende a argola à medalha ser bastante exposta, ficando muito para fora do conjunto, fazendo as vezes da contra argola. O reverso também revela que a alça metálica, do mesmo metal da medalha, é mal acabada, o que não se verifica nas antigas, já que além do acabamento primoroso estas terminam formando um “s” no metal. A argola da medalha de reposição é de material mole e maleável, enquanto que nas originais há robustez ao toque, típico de metal mais duro. Por fim, a fita da medalha de reposição não passa no teste “u.v.” além de mais larga que a usada nas medalhas antigas. Passa claramente a impressão de ser feita de tecido sintético. Finalmente, as reposições usam o sistema de “dentes de foca” para a fixação na roupa do agraciado, enquanto que as antigas, ou não tem nenhum sistema de fixação (comum) ou usam alfinetes industriais, sem cabeça, costurados manualmente à fita.
De outra forma, as duas primeiras variações, que podem ser classificadas como primeiro e segundo tipo, apresentam algumas particularidades que as distingue entre si. A medalha reconhecida como de primeiro tipo está a apresentar uma pátina avermelhada nas coroas de louros e carvalhos. Debati-me muito quanto a isso, mas depois fui forçado pela razão a concluir que se tratava de uma formação posterior e não um esmalte dando esse acabamento avermelhado. Outro traço distintivo da medalha de primeiro tipo é que o “s” da alça é curto e bem acabado, enquanto que a fita tem textura espessa e mostra o cordão utilizado como alma na trama, especialmente nos retornos de curso. De seu turno, a medalha reconhecida como de segundo tipo apresenta “s” longo na alça e não está ainda a apresentar a pátina avermelhada nas coroas de louros e carvalhos, enquanto que a fita não tem o característico apontado. Os dois tipos aqui narrados são aceitos, para estudo, como medalhas originais, apesar do primeiro tipo ser mais apreciado pelos colecionadores. Crê-se também que o primeiro tipo tenha sido fabricado logo após a sua criação, mas em quantidade insuficiente para atender a concessão para todas as personalidades merecedoras de tal distinção. Desta forma, levando em conta o Decreto nº 26.094, de 29 de dezembro de 1948, da lavra do então Presidente da República Eurico Gaspar Dutra, que abriu crédito especial de um milhão, cento e oitenta e nove mil cruzeiros (Cr$1.189.000,00), para atender às despesas com a confecção de medalhas de guerra e também da cruz de combate, conferidas a oficiais, sargentos e civis, conclui-se que o segundo tipo dessa medalha, como das cruzes de combate, sejam de fabricação imediata a essa data.
 
 
Nas fotos anteriores, apresenta-se a tipo 1. Enquanto que nesta foto, apresenta-se a tipo 2, que compõe o conjunto de medalhas de um militar médico. A primeira da esquerda para a direita é a medalha de tempo de serviço - 30 anos, já que sem barreta e em ouro, a medalha de guerra tipo 2, a medalha do pacificador, a medalha Marechal Caetano de Faria e a Marechal Hermes - grau ouro.

quinta-feira, 19 de março de 2015

MEDALHA DE CAMPANHA NO ATLÂNTICO SUL


MEDALHA DE CAMPANHA NO ATLÂNTICO SUL


Criada pela Lei n° 497, de 28 de novembro de 1948. Regulamentada pelo Dec. n° 26.550, de 4 de abril de 1949.

Trata-se de uma medalha da Força Aérea Brasileira, que foi conferida aos militares da ativa, da reserva e reformados e civis que se tenham distinguido na prestação de serviços relacionados com a ação da Força Aérea Brasileira no Atlântico Sul, no preparo e desempenho de missões especiais, confiadas pelo Governo, no período de 1942 a 1945.

Características.

De acordo com o art. 3º da Lei de criação, a medalha teria as seguintes características:

Anverso. A medalha com metal bronze oxidado, em formato circular, com 31mm de diâmetro, sendo o disco interno de 28,5mm de diâmetro, circundado por um filete de 1,25mm de largura; no disco se observa em alto relevo, um avião (com envergadura das asas de 8mm e comprimento de 7,5mm), sobrevoando um navio de guerra (com 9mm de comprimento). Observa-se ainda, a inscrição em relevo, na curva superior “Campanha do Atlântico”, em letras maiúsculas de 2,5mm de altura, tendo no centro da curva inferior, uma estrela de 5 pontas, com 3,5mm de circunferência.

Reverso. Circulo que corresponde ao diâmetro do anverso e um disco interno de 28,5mm, tendo as inscrições em relevo, na curva superior FAB e na inferior 1942 e 1945, tendo letras maiúsculas de 3mm de altura, separadas por uma estrela de 5 pontas, com 3,5mm de circunferência. No centro do disco observa-se o emblema da FAB em relevo, com envergadura das asas de 24mm e o sabre de 16mm de altura.

A medalha fica ligada à fita, por barreta de feitio de asas estilizadas, de 37mm de envergadura das asas, em bronze oxidado, por meio de argola e contra argola.

A fita com 37mm de largura por 40mm de altura, em seda chamalotada, na cor azul rei, com cinco filetes de cor amarelo ouro, de 1mm de largura, verticalmente dispostos, sendo um ao centro e os demais afastados de 4 milímetros entre si.
 
Para uso no lado esquerdo do peito.

Temos conhecimento da existência de miniatura e de barreta. Tanto a medalha como a fita são de boa qualidade, sempre com acabamento esmerado. Ainda não observamos a existência de cópias ou réplicas, talvez pelo fato das medalhas de época terem excelente qualidade.
Uma curiosidade pouco conhecida é que há
 
dois tipos distintos de cunhos, um fabricado pela Joalheria La Royale – Rio, raríssimo e outro pela Randal, mais comum. O intrigante é que enquanto o exemplar mais raro ostenta um Catalina, o mais comum ostenta um P-47 no seu sobrevoo ao navio de guerra, que pode ser observado no livro Medalhística Militar Brasileira, de 1968.
                                                                   
 Segue os dois exemplares para conhecimento, o primeiro é de fabricação da Randal, enquanto que o segundo é da Joalheria La Royale.
No anverso, além dos aviões serem de modelos diferentes, as asas que unem a fita à medalha são bastante diferentes. Na verdade, se analisada as características da lei de criação o exemplar da Joalheria segue melhor os parâmetros ali estipulados.
 
 No reverso, não há muita diferença, além de que as medidas do exemplar da joalheria continua atendendo a lei.